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"Politicamente correto é um horror", diz Denise Fraga

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Por Daniel Marcondes

O humor não pode ser grosseiro, mas o politicamente correto é um horror e cria uma “assepsia ridícula”. A opinião é da atriz Denise Fraga, 50, que participou de uma entrevista coletiva realizada pelos trainees da Folha nesta quinta-feira (5).

“O humor é transgressor e irreverente, mas acredito na delicadeza: a sutileza é o melhor do humor”, disse ela.

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A atriz, que durante cinco anos fez o quadro “Retrato Falado” no programa “Fantástico” da TV Globo, falou também sobre os seus três anos escrevendo uma coluna para a Folha.

Denise prefere se ver como um “ser escrevente” e não uma escritora. Em seus textos, busca esmiuçar algo que sempre a fascinou: o cotidiano. A matéria-prima para as suas crônicas é colhida nas ruas, em conversas de desconhecidos ouvidas por acaso ou em lembranças da convivência familiar. “O melhor é quando você tem muito a dizer sobre o evento mais banal.”

O assunto aparentemente pouco controverso de suas crônicas não evitou que ela esbarrasse em polêmica. No ano passado, em texto do dia 3 de agosto, criticou o modelo de escola ainda predominante e, ao exemplificar os problemas de ensino com a profundidade com que se estuda química no ensino médio, atraiu a revolta da Sociedade Brasileira de Química.

A atriz também comentou sobre a tecnologia e o seu impacto nas relações humanas, tema que algumas de suas crônicas já abordaram.  “Temo que as pessoas percam a capacidade de decodificar os pequenos códigos humanos, que não se saiba mais agir frente a frente”, disse.

Ao discorrer sobre o teatro, sua atividade principal, Denise Fraga avaliou que a lei Rouanet é “sensacional” como incentivo à cultura (“Torna possível o teatro hoje no Brasil”), mas afirmou que o estímulo pode produzir alguns vícios, como a despreocupação com a bilheteria. “Algumas produções já se pagam com a ajuda do patrocinador e, no limite, podem prescindir do público”, disse.

Tendo recentemente encenado “A Alma Boa de Setsuan”, de Bertolt Brecht (1898-1956), a atriz atuará em outra peça do dramaturgo alemão, “A Vida de Galileu Galilei”, em maio.

A leitura, para Denise, é fundamental não apenas para atores, mas para artistas e pessoas de modo geral. “Faz arte melhor qualquer pessoa que lê; vive melhor quem lê”, disse.


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